segunda-feira, 23 de agosto de 2010


Depois de meses mergulhadas em livros e arquivos, a vida parece diferente aqui fora. Parece que perdi algo, mas não sei o que é nem onde estava antes. O engraçado é que minhas palavras parecem se encaixar em respostas a perguntas que não entendo. Me sinto como o ingênuo Chance em Muito Além do Jardim, que tem seus simples pensamentos sendo interpretados como algo que faz sentido para a humanidade. Não, os meus não fazem, aprendam.

Tenho medo de não saber nem o que mudou. Sempre vou me lembrar do alerta de Clarice Lispector de que até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Você nunca sabe qual deles sustenta nosso edifício.

Sei que, no fim, isso é o resultado do caos que minha vida se tornou nos últimos meses, quando uma enlouquecedora pós ditou rumos que eu não esperava. Só me resta a vontade de que alguém me ensine a andar novamente para que eu possa reconhecer meus caminhos. Sem cair.